Muitas vezes temos lido a respeito da condição de analfabetismo das pessoas que fizeram a história deste ou daquele lugar . Acreditamos ser uma simplificação baseada num anacronismo que , por si só , é pouco convincente . Falar da falta de escolaridade numa época em que as escolas eram raras e caras significa desconhecer os valores sustentados por aquela sociedade .
No que se refere à educação institucionalizada, sabemos que os pioneiros da região puderam contar com um tipo de escola e que a função de professor aparece nos documentos mais antigos . Em 1875, por exemplo , Antonio Maximiano de Oliveira Leite era professor em Conceição da Boa Vista e o cargo de professora para o sexo feminino encontrava-se vago . Porém , importa lembrar que até 1906 o sistema de ensino era baseado nas salas de “aulas públicas” que , apesar do nome , muitas vezes cobravam mensalidade dos alunos . Em Minas , a Inspetoria Geral de Instrução Pública pagava um profissional que se ocupava de ensinar “as primeiras letras ”, reunindo as crianças numa sala alugada com esta finalidade ou , como ocorria na maioria das vezes , em cômodo de sua própria casa . Em 1884, todos os distritos de Leopoldina contavam com “aulas públicas”.
Foi somente a partir da decisão do governo mineiro de 1906 que as salas de aulas foram reunidas no que se chamou Grupo Escolar . Assim , as crianças não estudariam mais em salas mistas, com alunos de variados níveis de conhecimento a cargo de um único profissional . Entretanto parece-nos que , no município de Leopoldina, somente a área urbana do primeiro distrito contou com grupos escolares até a segunda década do século XX.
Gostaríamos, também , de mencionar uma informação que temos encontrado com regularidade. Trata-se de considerar que as mulheres livres eram analfabetas. Se isto for verdade para algum grupo social , não significa que se possa generalizar . Para os antigos moradores de Conceição da Boa Vista , é importante destacar que o grupo dos alfabetizados era composto por 54% de homens e 46% de mulheres .
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