A primeira referência encontrada sobre a serra dos Monos vem da Carta da Província de Minas Gerais , elaborada pelo geógrafo Friedrich Wagner em trabalho conjunto com o engenheiro civil Heinrich Wilhelm Ferdinand Halfeld. Entre 1836 e 1855 os dois autores coligiram todas as informações possíveis , seja em material já publicado ou anotações de expedições próprias pelas diferentes regiões de Minas . Lembrando que Leopoldina, nesta época , limitava-se a leste com São Fidélis (RJ), observa-se na referida Carta que a serra dos Monos localiza-se na divisa entre São Fidélis e Leopoldina, estendendo-se pela margem esquerda do Pirapetinga desde as proximidades da nascente do Feijão Cru até o ponto em que o Pirapetinga muda seu curso para o sul em direção ao rio Paraíba do Sul .
Sabemos que o rio Paraíba (do Sul ) já era bem conhecido desde o século XVIII, conforme pode ser observado em diversos documentos provinciais . Entretanto , foi somente no final daquele século que o presidente do Conselho de Minas Gerais ordenou que fossem explorados dois de seus afluentes próximos da divisa com o Rio de Janeiro : o Pomba e o Muriaé. Informa-nos Raimundo José da Cunha Matos , em Corografia Histórica da Província de Minas Gerais , que a partir daí foram colhidas notícias circunstanciadas destes rios . Portanto , considerando que a serra dos Monos faz parte da bacia do rio Pomba no local referido, naturalmente concluímos que ela já era conhecida quando chegaram os pioneiros .
Prosseguindo com nossa hipótese , o ribeirão e a serra teriam recebido tropas que se deslocavam entre São Fidélis e os Sertões do Leste , muito tempo antes do período fixado para o nascimento dos povoados da nossa região . Sabe-se que os tropeiros , comerciantes da época , de tudo davam notícia aos habitantes dos locais por onde passavam. Sabe-se também que , entre os pioneiros de Leopoldina, havia proprietários de tropas . Portanto , acreditamos serem plausíveis as notícias sobre a existência de um “recreio de tropeiros ” nas proximidades da Cachoeira dos Monos já que , segundo José Alípio Goulart em Tropas e Tropeiros na Formação do Brasil, era comum que eles “batessem estaca ” num ponto qualquer quando não fosse possível atingir o povoado mais próximo em horário compatível .
Acrescenta o autor que os tropeiros jamais utilizavam as estacas de quem ali estivera anteriormente , porque acreditavam que isto desencadearia algum problema sobrenatural . Conseqüentemente , um local aprazível para o descanso da tropa ficaria, depois de algum tempo , marcado pelas estacas ali deixadas. Conclusão : o local de “recreio da tropa ” poderia ser identificado muito tempo depois .
Sugerimos, aos leitores interessados no tema , o artigo O Tropeirismo no Brasil, de Claudio Recco, disponível no site Historianet http://www.historianet.com .br/
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