É voz corrente que o desenvolvimento do distrito de Conceição da Boa Vista começou a declinar a partir do impasse com um fazendeiro que não queria a ferrovia cortando suas terras . Com a distância no tempo , sempre correremos o risco de uma leitura anacrônica dos fatos que então se passaram. Com esta ressalva, permitimo-nos suspeitar que não teria sido um único proprietário de terras a desencadear a revisão do traçado da ferrovia . Talvez tenha havido interferência de várias pessoas . Quem poderia nos afirmar que aquele proprietário não assumiu tal postura depois de ser convencido por seus vizinhos e amigos , com argumentos que foram perdidos no tempo ? Acreditamos ser prudente não tomar como verdade absoluta as informações em torno daquele fazendeiro que passou à história como uma espécie de anti-herói , ou seja, como símbolo do atraso em que o distrito se viu mergulhado nos anos seguintes .
Queremos ressaltar que a divisão de Conceição da Boa Vista se insere entre as conseqüências da abertura da Estrada de Ferro da Leopoldina, devendo ser analisada também sob o aspecto de outras possíveis forças que a determinaram. O surgimento dos distritos de Providência (maio 1890), Recreio (junho 1890), Santa Isabel e São Joaquim (novembro 1890) nos remetem a todo um movimento político que se desenvolvia há, pelo menos , uma década . Não foram estes os únicos distritos criados em Minas no seguimento de importantes mudanças, quais sejam a abolição gradual da escravatura oficializada em 1888 e a mudança no sistema de governo no ano seguinte .
O fazendeiro que não quis a estrada de ferro nas suas teras não pode ser chamado de anti-heroi,ele só não queria sua privacidade e suas terras abertas pára todos, e isso era um direito dele,e era uma forma ter as filhas preservadas das invasões de estranhos nas suas terras, digo isso pois sou tataraneta dele, e acho muito chata ser conhecido asssim, um abraço a todos.
ResponderExcluirObrigada por seu comentário. Foi exatamente esta a nossa intenção: demonstrar que uma leitura anacrônica pode nos afastar da realidade. Segundo o que apuramos, muitas dificuldades determinaram a mudança do trajeto e a decisão não foi individual e provavelmente não determinada pela posição de um único proprietário.
ResponderExcluirGostaria de trocar mensagens com você para desenvolvermos o tema. Você pode se identificar no próximo comentário e ele não será publicado na íntegra, mas em uma nova postagem que manterá seu anonimato, se assim o preferir.
Negar o direito ao progresso de uma regiao, para preservar as filhas ou filhos, mas preservar do que? De conhecerem o mundo, é certo. Tenho visto em outras regioes e outras épocas coisas do tipo, progresso por aqui nem pensar, com esta mentalidade o Brasil ainda estaria fazendo transporte em carros de boi. Quando se pede que nao comente sobre pessoas, penso eu que coisa boa esta ou estas pessoas nao devem ter feito.
ResponderExcluirUm abraço.
cantarigv@hotmail.com