A origem do povoado remonta aos anos de 1850, quando descendentes dos pioneiros teriam construído a Capela das Dores do Monte Alegre do Pomba , alguns anos mais tarde referida como Nossa Senhora das Dores do Tapirussu ou Dores do Tapirussu.
Os documentos que analisamos indicam um movimento dos pioneiros de Conceição da Boa Vista em direção ao rio Pomba , com o objetivo de escoar a produção . Assim é que surgem localidades denominadas Porto das Madeiras e Porto de Antônio José, este último referindo-se a um serviço de barqueiros .
Na década de 1880, registros de compra e venda de bens de raiz informam que uma das propriedades divisava com a “lavra ”, provavelmente referência a algum ponto onde se praticou a mineração. Esta atividade deu origem ao nome de um curso d’água ainda hoje conhecido como Córrego do Ouro , pertencente ao distrito de Angaturama.
A seguir a imagem do território do distrito no século XX, a partir do qual fizemos um estudo para localização dos pontos referidos na documentação do século anterior .
Os números 1 e 3 marcam os locais que , por volta de 1880, eram citados como Volta do Pomba . O primeiro deles também aparece como “águas vertentes da volta do Pomba ”.
Marcamos com o número 4 a provável localização da Fazenda da Pedra , composta de quatro porções de terras vendidas por Francisco Antonio Dias , Domiciano José da Silva, João Francisco de Azevedo e Aniceto Rodrigues Vicente a Querino Ribeiro de Avelar Rezende entre 1869 e 1871, totalizando 82 alqueires . Uma dúvida sobre a Fazenda da Pedra surgiu com a declaração de Querino Ribeiro de Avelar Rezende de que suas terras divisavam com a Fazenda Soledade , que recebeu do sogro como dote pelo casamento com Maria da Purificação Monteiro de Barros Galvão de São Martinho. Ocorre que o pai de Maria da Purificação , Manoel José Monteiro de Barros (filho ), informou no Registro de Terras de 1856 que a Fazenda Soledade estaria localizada bem mais ao sul , mais precisamente em território que ao final do século veio a pertencer ao distrito de Providência . Permanece, portanto , a dúvida sobre a localização destas terras .
A outra indicação , marcada no mapa /estudo com o número 5, refere-se a uma região que sofreu alterações entre 1890 e 1891. Em 1890, a divisa com Conceição da Boa Vista seria um pouco mais à esquerda . Já em 1891, uma revisão dos limites do distrito de Recreio modificou a linha divisória para a que se vê no mapa utilizado neste estudo .
Verificamos ainda que propriedades indicadas como vizinhas do córrego do Ouro e da fazenda Província , mais tarde incluídas em Angaturama, tiveram registro de compra e venda em Itapiruçu. No caso da fazenda Província , os antigos registros dão conta de ter sido formada por Lauriano José de Carvalho , genro do já citado Felicíssimo Vital de Moraes .
A partir do ponto número 5, e até encontrar o primeiro marco , temos referências aos proprietários Benjamin Monteiro de Barros , Domingos Custódio Neto , Felicíssimo Vital de Moraes , Francisco das Chagas Ferreira , José Gomes dos Santos e Manoel José Ferreira , todos pertencentes a São Joaquim, hoje Angaturama. Esclarecemos que o penúltimo , José Gomes dos Santos , era neto do formador da fazenda São Luiz, vendida a Francisco Celidônio Gomes dos Reis em 1874. Já o Manoel José Ferreira parece ser um irmão de Francisco e Ignacio Ferreira Brito.
Concluímos este comentário repetindo o que dissemos em post anterior: não consideramos definitivo este estudo. Muito pelo contrário, nosso objetivo é apresentar a versão extraída da análise dos registros de compra e venda de bens de raiz e comparada ao conteúdo dos demais documentos do século XIX, com vistas a discutí-la com estudiosos do assunto.
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